TRADIÇÃO DA TRÍVIA NEGRA

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BRUXARIA FAMILIAR – GRUPO DE BRUXARIA FAMILIAR


    Nem dormente e nem desperto: Sonâmbulo

    Nubius Draknir
    Nubius Draknir

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    Mensagem  Nubius Draknir

    O texto a seguir é um "lembrete" a todos que trilham o Caminho Antigo. Eu o escrevi em uma época em que via a "casa" a qual pertencia começar a entrar em declínio e ver que o trabalho de sete anos em prol de Tiamat ser depreciado e, como no mito Dela, era o início de seu fim... Boa leitura a todos...

      Nem dormente e nem desperto: Sonâmbulo Sonanb10


    Nem dormente e nem desperto: Sonâmbulo



    Quando se pretende e/ou se adentra em um Caminho Iniciático, independente de qual seja o segmento, o que o indivíduo busca é o Conhecimento; o DESPERTAR para coisas que, em geral, a massa não enxerga.

    No meio Iniciático, principalmente no que cerne aos Caminhos de Mistérios, é comum o uso dos termos DORMENTE e DESPERTO, para designar as pessoas que são iniciadas em algum Caminho daquelas que não são ou que não fazem idéia do que realmente existe além de suas estreitas visões.

    Partindo deste princípio, utilizando estes dois rótulos, temos resumidamente o seguinte:

    DESPERTO – pessoa que é iniciada ou, melhor dizendo, trilha rumo a iniciação. Está dentro de um CAMINHO de cunho Iniciático, no qual pode vir (ou não) a vivenciar MISTÉRIOS (no caso de caminhos de mistérios como a bruxaria, por exemplo) que, por meio da paligenesia, o fará ter uma visão mais ampla e real daquilo que o cerca, bem como lhe concede a capacidade de ver além dos VÉUS que são constantemente postos, quer seja por um modo de comunicação ou por “condutas” sociais (leia-se aqui, por exemplo, o que se conhece por “mentiras sociais”, que são aquelas que são ditas para “amenizar” alguma situação ou bajular alguém).

    DORMENTE – são pessoas que, de um modo geral, são como o gado e seguem a massa. Não questionam (se o fazem, o fazem muito pouco) aquilo que lhes é imposto como verdade; sendo, deste modo, guiados como ovelhas ao matadouro. Não aceitam nada de diferente daquilo que lhes é socialmente aceito; para eles, diga-se de passagem, a verdade é única, muitas vezes tentam “converter” os que são diferentes de seu modo e estilo (padronizado) de pensar. Claro que existem exceções que são raras e, quando encontradas, são logo abafadas para não “contaminar” o resto.

    Bem, a essência do “dormente” e do “desperto” foram dadas, assim sendo, quaisquer outro nome dado é apenas mais um “rotulo”; sabendo-se da essência sabe-se o que é. Lembrando sempre que “rótulos” são necessidades que nós, humanos, possuímos para entendermos e “definirmos” algo ou alguma coisa, inclusive aos nossos semelhantes.

    Durante todo um processo de aprendizado, que no meio pagão chamamos de DEDICAÇÃO, onde o aprendiz se DEDICA a aprender e reconhecer os Deuses Antigos, a DESCOBRIR que sua liberdade é única e que ele é RESPONSÁVEL por tudo o que faz e o que não faz; lhe dá a capacidade de OLHAR mais adiante e com um olhar realmente mais CONSCIENTE de si e dos outros.

    Todo este processo, ensinamento, conhecimento passado a este aprendiz, o torna ciente de padrões, ações, pensamentos, maneiras e formas que, em outros tempos, o fazia prisioneiro sem grilhões de conceitos, ideias e “conveniências sociais” que nada corroboram em sua EVOLUÇÃO MORAL OU ESPIRITUAL.

    Diga-se de passagem que, ao se tornar DESPERTO, mesmo que se queira, não se pode voltar a condição de DORMENTE; uma vez que não se tem mais a INOCÊNCIA e/ou a IGNORÂNCIA daquilo que fazemos. Folgo em dizer que este processo se faz sentir de modo prático, no dia-a-dia.

    É importante dizer que, na condição de INICIADO pesa-se mais este qualitativo, uma vez que ele já trilhou e, de certo modo, reconhece as condições pela qual conseguiu adentrar nos MISTERIOS MAIORES do que quando era um aprendiz. Observo que, quando digo aprendiz logo quero dizer neófito, inexperiente no que diz respeito ao que se sabia e/ou entendia; uma vez que INICIADO é e será sempre um APRENDIZ dos MISTERIOS MAIORES, pois nunca se é conhecido ou aprendido tudo. O iniciado é apenas alguém que tem mais “tempo de estrada” e uma bagagem mais ampla.

    Mesmo quando atingimos o grau máximo de iniciação, como um Élder por exemplo, isso não quer dizer que chegamos a conhecer e que sabemos tudo. Ao contrário, estamos o todo tempo aprendendo, revendo ideias, aprendizados e conceitos, aprimorando e pesquisando sempre; pois jamais pode-se esquecer que para ajudar aqueles que virão depois de nós: nossos pupilos, nossos filhos e filhas, nossas crias mágicas, devemos estar em constante aprendizado. Este é o PODER que realmente possuímos quando nos tornamos iniciados, como REPRESENTANTES de um PODER MAIOR, esse é o papel que nos cabe em prol dos ANTIGOS.

    Não raro podemos encontrar personas que levam anos estudando, analisando e, muitas vezes, vivenciando um Caminho; porém, o que vem a chamar a atenção é que nem sempre estas pessoas estão realmente “despertas”, mesmo depois de iniciadas neste Caminho. Creio que, muitas das vezes em que isso ocorre, seja devido a uma dose de ESQUECIMENTO.

    Sim, esquecimento, porque se esqueceram de um dos primeiros ensinamentos que lhe são dados: PENSAR POR SI MESMAS e QUESTIONAR a si mesmos. Fato de que por vezes algumas ações tomadas e/ou algumas coisas ditas podem soar muito “estranhas” vindas de pessoas que atingem um certo grau de conhecimento, de caminhada por assim dizer. Isso se deve, talvez, pela afobação, pela “síndrome de messias” que arrebata a todos, sem exceção.

    Quando ocorre, estas ações ou palavras, nota-se que a pessoa esqueceu de usar seu próprio raciocínio, de questionar a si mesmo a possibilidade de ser seu ego, sua sombra e não o seu ser DIVINO se manifestando. Sequer cogitam possibilidades daquilo que lhe é dito, imposto e proposto. Muitas vezes nem questionam se o seu ser divino está, de fato, conectado ao DIVINO MAIOR.

    É lamentável ver, não poucas vezes, estas pessoas “iniciadas” tomarem por tolos ou ignorantes as pessoas que adentram em um CAMINHO COMUM (tradição, círculo ou casa), sem saber – ou mesmo sabendo – que estas pessoas possuem um conhecimento de outros segmentos iniciáticos e, nem sequer passa pela cabeça destes “iniciados”, que poderiam vir a aprender com estes que estão, agora, sob sua tutela.

    Muito triste ver que não APRENDERAM a ser pequenos mesmo quando são grandes; não aprenderam em ter humildade em ver o “outro” como eles mesmos eram quando começaram a dar os primeiros passos; não compreenderam o real sentido do AMOR E DA COMPAIXÃO que os Deuses tanto tentam nos ensinar por meio de seus mitos e mistérios. Daí questiona-se: realmente vivenciou como deveria? Realmente, em algum momento, se entregou de alma e coração?

    Questiona-se, realmente se tornou um desperto ou tenta ser um desperto querendo ser um dormente?

    Infelizmente, qualquer que seja a resposta, nota-se que este desperto não está totalmente “acordado” e que ele também não é de todo dormente, mas encontra-se em um estágio deveras perigoso e propenso ao amargor e tristeza, ele não é nem desperto e nem dormente, ele é um SONÂMBULO.

    Pois tem ações como um desperto, porém segue a lógica e o raciocínio de um dormente. É um estado perigoso, pois como o sonâmbulo, pode fazer coisas perigosas, principalmente, para si e para outros. Pode incutir sentimentos, anseios, idéias, conceitos que podem vir a se contradizer no futuro e confundir aqueles que vem depois dele sob seus ensinamentos.

    O primeiro passo para sabermos se somos despertos, dormentes ou sonâmbulos, é nos avaliarmos o tempo todo, é revermos nossos aprendizados, é nos questionarmos como representantes e como seres divinos e como a própria DIVINDADE. É fazer a reprise de todos os nossos atos, nossas palavras, nossos pensamentos, é nos policiarmos se estamos, realmente, exercendo nosso aprendizado básico: PENSAR, QUESTIONAR, VER, SABER, QUERER, OUSAR e CALAR.

    Somente seremos, de fato, despertos quanto tivermos a PLENA CONSCIÊNCIA de que estamos plenos em nosso exercício Iniciático e sacerdotal, seja em qual for o segmento do CAMINHO.

    Núbius Pendragon (texto escrito originalmente em 3 de junho de 2009)
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