TRADIÇÃO DA TRÍVIA NEGRA

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    Religiosidade e Fé

    Nubius Draknir
    Nubius Draknir

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    Mensagem  Nubius Draknir

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    Religiosidade e Fé



    O mais impressionante, que testemunho a cada dia e me faz pensar e refletir profundamente, é onde começa a religiosidade e termina a fé; ou vice-versa e, indo mais além, se existe de fato diferenciação entre estes dois conceitos.

    Me chama a atenção ouvir, por exemplo, o termo “povo abençoado” sair da boca de alguns que, logo em seguida, denigrem os ensinamentos sacros tidos no livro sagrado deles e, ao mesmo tempo, tantos outros proferirem “... não é assim, o verdadeiro servo não o faz deste modo...” pela boca de outros que, possuidores da mesma fé que os primeiros, vivem coerentemente, dentro do possível, a fé professada sem sequer abrir a boca para se vangloriar de sua religiosidade.

    É notório que dezenas de centenas de milhares de pessoas declaram sua religiosidade aos quatro ventos, no entanto, é constrangedor verificar a real quantidade destas pessoas que realmente professam, executam e são fidedignas e coerentes no que se refere a fé.

    Vejo muitos, anonimamente, serem exemplos que deveriam ser seguidos, honrados e, porque não dizer, colocados em evidência. E é com muito pesar que noto justamente o contrário acontecer: hipócritas, falaciosos e, por muitas vezes, exploradores e gananciosos mal intencionados, para não dizer mal caráter, serem idolatrados, seguidos, tidos e mantidos em evidência de forma pomposa por seus fiéis e seguidores.

    Infelizmente, ao que parece, as pessoas preferem ser enganadas e exploradas do que serem esclarecidas e auxiliadas. Triste ver que, em pleno século 21, ainda possuímos muitos seres que carregam consigo o pensar e o ver arcaico do “século das trevas”.

    Ainda hoje se vê a “grande ignorância” de ter a audácia e ganância da detenção da “verdade absoluta” sob seus domínios e, pior ainda, impor esta “suposta verdade” como sendo única e suprema. Sem contar ainda com a perseguição existente que antes velada e agora descaradamente é franca e aberta. Existe sim, por parte esmagadora, uma “caça as bruxas”, ou melhor, uma caça a todos aqueles que não entrem em conformidade com uma religiosidade disfarçada de fé repleta de hipocrisia, ignorância, preconceito e intolerância.

    Nos dias de hoje é moda professar uma religiosidade e no entanto há de por em dúvidas a parte que é de suma importância e fundamental que, infelizmente, é colocada de lado – a fé. Devemos questionar, sempre, a nossa fé – principalmente por sermos pagãos, com mais esclarecimento e visão do que a grande massa. Digo isto pois não somos “gado”, “ovelhas”, somos pensadores, senhores e senhoras de nossos destinos e, indo mais profundamente, somos sacerdotes e sacerdotisas dos Deuses Antigos; somos co-criadores de tudo que nos cerca. Devo dizer que todos nós, sacerdotes e sacerdotisas, deveríamos dar o exemplo. Na minha visão, independente de qual Caminho se trilha, somos os responsáveis a dar um exemplo descente de conduta, tolerância, respeito e coerência, principalmente no que tange a religiosidade e a fé.

    Notem que, a priori, a religiosidade e a fé deveriam, em tese, serem equivalentes no “peso” de sua expressão. Trocando em miúdos, a coerência entre um e outro deveriam ser idênticas e não tão distantes como se observa nos dias de hoje.

    Outrora era muito comum a religiosidade equivaler a fé de uma pessoa, principalmente no que diz respeito aos representantes “divinos” – sacerdotes e sacerdotisas. O respeito entre as “formas de expressão” da fé (religiosidade) era primordial e cordialmente muito bem visto e aceito, coisa que atualmente é cada vez mais raro de se ver e testemunhar.

    Lembrem-se, irmãos e irmãs, que somos deidades, nas devidas proporções, tal qual os Deuses e Deusas que cultuamos e representamos e, como tais, é mais que nosso dever e, por que não dizer, orgulho em demonstrar o devido respeito as outras deidades que, como nós, caminham nesta orbe. Chamo a atenção de todos para o fato de que nos diferenciamos da “grande massa” por pensarmos por nós mesmos, de assumirmos nossos papeis e funções divinas, por buscarmos e, o mais importante, compreendermos que a “verdade absoluta” é composta de várias “verdades” e que ninguém possui a “verdade absoluta” em si, mas sim fragmentos desta Suprema Verdade. Somos livres em nosso pensar e agir, no entanto somos responsáveis por nossos atos e assumimos as consequências destes. A grande massa não; jamais assumem seus erros pois sempre tem uma “muleta” em quem depositar a responsabilidade, sempre tem o “demônio” que levam as pessoas “adormecidas”, as ovelhas, o gado a fazer o que não se deveria fazer.

    Diferente, e muito do passado, a religiosidade é hoje uma pseudo jóia, uma bijuteria a ser apresentada aos olhos de todos e que, infelizmente, é de longe a verdadeira gema que brilha no interior das pessoas. Hoje a religiosidade é semelhante a uma etiqueta que esconde o produto fino que seria a fé.

    Fé é o que se cultua dentro e fora de nós. É acreditar, depositar esperanças, desejos, se iluminar, evoluir, crescer e prosperar espiritualmente e, consequentemente, ajudar aqueles que nos buscam e necessitam. Religiosidade deveria ser o exercício da fé, ou seja, a prática constante da fé. Infelizmente se observa que nos dias atuais a religiosidade é uma fachada onde a fé é citada apenas para dar um “peso” e não a essência. Hoje, religiosidade é um modismo descabido, onde se tenta vender algo que não possui.

    Peço que todos, assim como eu, reflitam bem e bastante sobre onde e como estamos coerentes na fé e na religiosidade. Até que ponto estamos sendo como os outros e até que ponto estamos sendo verdadeiros com nossas consciências, espíritos, coração e com as Deidades que habitam em nós.

    Ter uma religiosidade é fácil, hoje em dia, o duro e difícil mesmo é ter a fé. Gostaria que pudéssemos retornar em nossas ações e palavras e provar ao mundo que a religiosidade é algo tão puro e sacro. Que a religiosidade não é uma “rotina”, não é uma etiqueta, não é um produto para ser vendida ou mostrada em uma vitrine. Mostrar, principalmente por meio de exemplos, que a religiosidade é o exercício da fé. Que a fé é que impulsiona a religiosidade e que a religiosidade fortalece a fé. Que o Divino se mostra através da religiosidade constante, ou seja, do exercício da fé e que a religiosidade deve ser trabalhada constantemente sob os olhares da fé e que a fé deve ser fortalecida, testada e constantemente distribuída através de uma religiosidade plena de amor, verdade, sinceridade, boa vontade, respeito, tolerância e harmonia.

    Que nós, filhos e filhas dos Antigos, possamos vir a resgatar a sacralidade da religiosidade e deixar um Caminho mais forte tanto em Fé, Verdade e Amor aos nossos descendentes; aos herdeiros do Ofício Antigo que virão depois de nós. Com certeza nossos ancestrais, religiosamente trabalharam o Caminho que hoje estamos, de forma a tornar mais harmonioso e honrado para Trilharmos. Nós hoje somos os que vieram depois, amanhã seremos os que vieram antes; em outras palavras nos tornaremos os Ancestrais deste memorável e honrado Ofício, desta Antiga Arte. Tenhamos, acima de tudo fé para tratarmos de forma digna a nossa religiosidade. Que possamos vir, cada vez mais, respeitar e saudar a divindade que habita o outro, independente de que Caminho for.


    Nubius Pendragon – 23/Ago/2013
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