Por hora não vou me ater a significados de dicionário ou linguísticos, mas sim ao que é no dia a dia de todos, ao sentimento e essência.
Interessante notar que com o advento do cristianismo esta palavra tenha se tornado tão popular e usual. No entanto ela não é única e exclusivamente lincada a tal fé e tão pouco o seu uso e significado é próprio da cristandade – não surpreende, né?!?
O perdão, meus caros e minhas caras, nada mais é do que desculpar. Isto mesmo, desculpas. O ato de pedir desculpas e, em contrapartida, desculpar as "ofensas" e tal. Mas há uma diferença aqui: o perdão não é uma simples e mera desculpa, é algo um tanto quanto maior. Não é da boca pra fora. É mais profundo, podendo-se até correr o risco de dizer que algo mais espiritual.
"Como assim?" – pensarão muitos. "Ah, isto é papo de cristão; daqui a pouco vai falar pra dar a outra face..." – dirão outros. Bom, a todos estes eu digo que estão enganados e a seguir elucido o porque e o como assim da coisa.
O perdão existe muito antes do surgimento do cristianismo e, aproveito para acrescentar, que como tantas outras coisas existentes antes de seu surgimento, foi absorvido e deturpado. Mas talvez, acredito eu, seja uma das poucas coisas em que a deturpação tenha sido "benéfica" a religião cristã.
Mas voltemos ao que interessa. Quando digo que o perdão é algo muito mais profundo, chegando a ser até "mais espiritual" é por que o ato, real, de perdoar demanda consciência, querer, saber, ousar e calar. Vou tentar explicar por partes para melhor entendimento de todos.
A consciência do ato de perdoar está no fato de ter ciência de que o perdão é não estar "carregando corpos", "carregando caixões" e outras alegorias referentes a uma pessoa ou ato em si. É ter o conhecimento de se desprender das amarras e correntes que nos prendem a energias desnecessárias e, porque não dizer, nocivas a nosso ser.
Querer perdoar é algo que se tem que pesar. Há de se ter um querer verdadeiro, sincero e claro. Aqui o querer é conciliado a consciência pois há o contemplamento das minúcias, detalhes e das particularidades das ações e do ser/pessoa a ser perdoada (ou a se pedir perdão); tendo em observação as consequências e as escolhas disponíveis no perdão – do como e quando perdoar.
Querendo ou não, tudo é questão de escolhas.
É no saber que está a precisão e a preciosidade do perdão. A precisão está nos pontos exatos em que o perdão se faz, realmente, necessário. Os atos, palavras, situações, os porquês, como, quando – é aqui que se encontra o saber. A preciosidade do saber se faz presente quando aliada ao querer e, consequentemente, a consciência mais profunda, mais específica, mais clara e objetiva.
É no saber que se apura os prós e os contras; que se vai ter a real visão e peso das "ofensas", trapaças e engôdos a se perdoar ou pedir perdão. É no saber que se traçará a dinâmica do perdoar ou ser perdoado, que se mede e assume os riscos de repetir ou não os atos e consequências em dar outra chance ao outro ou de romper e cortar os laços para se preservar e seguir em frente, sem temor ou excesso de cuidados para não mais ferir ou ser ferido.
Realizar o ato em si é o mais desafiador. Requer coragem – e até mesmo uma certa "cara de pau" –, um "dar a cara a tapa" (leia-se aqui uma iniciativa que geralmente não se tem), recolhermo-nos ao nosso íntimo, reconhecer e abraçar a Divindade do outro junto a nossa e, enfim, ousar. Isto mesmo, ousar. Chamar ou ouvir a outra parte, colocar tudo a pratos limpos – sem máscaras, sem barreiras e subterfúgios –, expor todos os pontos de vista – de ambas as partes – e tentar chegar a um ponto de equilíbrio/harmonia e então consumar o perdão – ou ser perdoado ou perdoar.
No ousar é que o ato do perdão se concretiza de fato. Ousando é que a Magia/Alquimia Maior se inicia e que leva o ser a um novo patamar. Patamar esse que sempre levará o ser a se auto-analisar, compreender e se superar em todos os aspectos mas, principalmente, no cerne espiritual.
Lembrando que somos, no plano físico, o reflexo do que somos espiritualmente e não o contrário – para a decepção de muitos que acham o oposto.
Depois de tudo é que vem o passo mais importante: o calar. Sim, depois de tudo – consciência, saber, querer e ousar – o calar é que dá a potencialização final que irá irradiar o perdão em si. Depois de ter realizado todos os passos anteriores, principalmente encerrando e se determinando em seguir a diante – com ou sem o convívio com as pessoas que se perdoou ou foi perdoado – o ato de calar-se é o que realmente enterra, por assim dizer, todas as energias, elos, links e laços que nos prendiam ao ser que nos magoou ou que magoamos. Calar e guardar para si – ao menos até ser questionado – seus motivos, suas escolhas e suas decisões, bem como consequentemente a cura, crescimento e o poder existente no perdão – concedido ou recebido – para o seu ser.
No entanto, irmãos e irmãs, lembro que cabe a cada qual analisar, pesar e escolher bem todas as opções possíveis e impossíveis, imagináveis e inimagináveis em se conviver ou não com as pessoas que nos magoaram ou que magoamos. Observo que, de um modo ou de outro, cada qual tem também sua parcela de responsabilidade – não culpa – e que não existe uma responsabilidade unilateral. Cada qual é responsável por suas ações e pelavras e, assim sendo, deve responder pelas consequências decorrentes destes.
Perdoar em si não é "dar a outra face" mas, sim, dar a chance do outro de se explicar, de se defender e, principalmente, de compreender os atos e palavras que outro proferiu – buscando entender e aplicar a Lei Universal da Ação e Reação – sempre procurando calçar a sandália do outro – se colocar no lugar do outro – e analisando cuidadosamente o real peso de nossa responsabilidade no conjunto do todo.
Para alguns, e a estes eu admiro muito, é mais fácil e prático "enterrar" o passado e continuar como se nada tivesse acontecido. E infelizmente a grande maioria – não todos – caem no erro de acreditar demais no outro, deixando aberta uma porta que fatalmente dará ao outro a oportunidade e leitura de que o erro pode ser cometido novamente. Como disse, admiro as pessoas que tem a capacidade de acreditar – em demasia – na outra parte. Não os condeno, apenas respeito suas escolhas e, de certa forma, sinto compaixão por eles e é uma característica minha que tento mudar, pois para mim continuar como se nada tivesse acontecido ou não observar o passado me é impossível no momento.
Novamente repito: tudo é questão de escolhas e, consequentemente, cabe a todos o respeito pelas escolhas de cada um. Cada qual é, repito, responsável por si – escolhas, ações e palavras – e deve entender que irá arcar/responder por tudo aquilo que fizer.
Lembro que somos Divindades Menores, ou seja, somos a decrescência das Divindades que cultuamos e, ao mesmo tempo, somos manifestações da infinita diversidade Divina. Assim sendo, por mais difícil e/ou complexo que seja, devemos buscar, acima de tudo, respeitar as escolhas do outro e, consequentemente, buscar entender. O ato de respeitar em si já propicia um olhar mais consciente sobre nós mesmos e a busca do entendimento engrandece o aprendizado e crescimento espiritual, pois irá buscar enxergar o sem em sua essência e não sua casca.
Perdoar é não estar atado ao passado, é não estar arrastando cadáveres das ações, pessoas e palavras proferidas outrora. Perdoar é cortar estes vínculos que nos atam a um passado/acontecimento/palavras/pessoas que foram ou são nocivas, de uma forma ou outra, ao nosso espírito.
Perdoar não é esquecer. Perdoar é aprender com o acontecido e se proteger e vigiar para que o passado não se repita.
Que cada um de nós aprendamos, cada vez mais, a perdoar de fato. Sem máscaras, sem barreiras, com amor, plenamente em verdade e espírito, deixando a alma/espírito livre para alçar a Magia Maior e a Grande Alquimia nos tornando, realmente, os Deuses e Deusas que somos.
Interessante notar que com o advento do cristianismo esta palavra tenha se tornado tão popular e usual. No entanto ela não é única e exclusivamente lincada a tal fé e tão pouco o seu uso e significado é próprio da cristandade – não surpreende, né?!?
O perdão, meus caros e minhas caras, nada mais é do que desculpar. Isto mesmo, desculpas. O ato de pedir desculpas e, em contrapartida, desculpar as "ofensas" e tal. Mas há uma diferença aqui: o perdão não é uma simples e mera desculpa, é algo um tanto quanto maior. Não é da boca pra fora. É mais profundo, podendo-se até correr o risco de dizer que algo mais espiritual.
"Como assim?" – pensarão muitos. "Ah, isto é papo de cristão; daqui a pouco vai falar pra dar a outra face..." – dirão outros. Bom, a todos estes eu digo que estão enganados e a seguir elucido o porque e o como assim da coisa.
O perdão existe muito antes do surgimento do cristianismo e, aproveito para acrescentar, que como tantas outras coisas existentes antes de seu surgimento, foi absorvido e deturpado. Mas talvez, acredito eu, seja uma das poucas coisas em que a deturpação tenha sido "benéfica" a religião cristã.
Mas voltemos ao que interessa. Quando digo que o perdão é algo muito mais profundo, chegando a ser até "mais espiritual" é por que o ato, real, de perdoar demanda consciência, querer, saber, ousar e calar. Vou tentar explicar por partes para melhor entendimento de todos.
A consciência do ato de perdoar está no fato de ter ciência de que o perdão é não estar "carregando corpos", "carregando caixões" e outras alegorias referentes a uma pessoa ou ato em si. É ter o conhecimento de se desprender das amarras e correntes que nos prendem a energias desnecessárias e, porque não dizer, nocivas a nosso ser.
Querer perdoar é algo que se tem que pesar. Há de se ter um querer verdadeiro, sincero e claro. Aqui o querer é conciliado a consciência pois há o contemplamento das minúcias, detalhes e das particularidades das ações e do ser/pessoa a ser perdoada (ou a se pedir perdão); tendo em observação as consequências e as escolhas disponíveis no perdão – do como e quando perdoar.
Querendo ou não, tudo é questão de escolhas.
É no saber que está a precisão e a preciosidade do perdão. A precisão está nos pontos exatos em que o perdão se faz, realmente, necessário. Os atos, palavras, situações, os porquês, como, quando – é aqui que se encontra o saber. A preciosidade do saber se faz presente quando aliada ao querer e, consequentemente, a consciência mais profunda, mais específica, mais clara e objetiva.
É no saber que se apura os prós e os contras; que se vai ter a real visão e peso das "ofensas", trapaças e engôdos a se perdoar ou pedir perdão. É no saber que se traçará a dinâmica do perdoar ou ser perdoado, que se mede e assume os riscos de repetir ou não os atos e consequências em dar outra chance ao outro ou de romper e cortar os laços para se preservar e seguir em frente, sem temor ou excesso de cuidados para não mais ferir ou ser ferido.
Realizar o ato em si é o mais desafiador. Requer coragem – e até mesmo uma certa "cara de pau" –, um "dar a cara a tapa" (leia-se aqui uma iniciativa que geralmente não se tem), recolhermo-nos ao nosso íntimo, reconhecer e abraçar a Divindade do outro junto a nossa e, enfim, ousar. Isto mesmo, ousar. Chamar ou ouvir a outra parte, colocar tudo a pratos limpos – sem máscaras, sem barreiras e subterfúgios –, expor todos os pontos de vista – de ambas as partes – e tentar chegar a um ponto de equilíbrio/harmonia e então consumar o perdão – ou ser perdoado ou perdoar.
No ousar é que o ato do perdão se concretiza de fato. Ousando é que a Magia/Alquimia Maior se inicia e que leva o ser a um novo patamar. Patamar esse que sempre levará o ser a se auto-analisar, compreender e se superar em todos os aspectos mas, principalmente, no cerne espiritual.
Lembrando que somos, no plano físico, o reflexo do que somos espiritualmente e não o contrário – para a decepção de muitos que acham o oposto.
Depois de tudo é que vem o passo mais importante: o calar. Sim, depois de tudo – consciência, saber, querer e ousar – o calar é que dá a potencialização final que irá irradiar o perdão em si. Depois de ter realizado todos os passos anteriores, principalmente encerrando e se determinando em seguir a diante – com ou sem o convívio com as pessoas que se perdoou ou foi perdoado – o ato de calar-se é o que realmente enterra, por assim dizer, todas as energias, elos, links e laços que nos prendiam ao ser que nos magoou ou que magoamos. Calar e guardar para si – ao menos até ser questionado – seus motivos, suas escolhas e suas decisões, bem como consequentemente a cura, crescimento e o poder existente no perdão – concedido ou recebido – para o seu ser.
No entanto, irmãos e irmãs, lembro que cabe a cada qual analisar, pesar e escolher bem todas as opções possíveis e impossíveis, imagináveis e inimagináveis em se conviver ou não com as pessoas que nos magoaram ou que magoamos. Observo que, de um modo ou de outro, cada qual tem também sua parcela de responsabilidade – não culpa – e que não existe uma responsabilidade unilateral. Cada qual é responsável por suas ações e pelavras e, assim sendo, deve responder pelas consequências decorrentes destes.
Perdoar em si não é "dar a outra face" mas, sim, dar a chance do outro de se explicar, de se defender e, principalmente, de compreender os atos e palavras que outro proferiu – buscando entender e aplicar a Lei Universal da Ação e Reação – sempre procurando calçar a sandália do outro – se colocar no lugar do outro – e analisando cuidadosamente o real peso de nossa responsabilidade no conjunto do todo.
Para alguns, e a estes eu admiro muito, é mais fácil e prático "enterrar" o passado e continuar como se nada tivesse acontecido. E infelizmente a grande maioria – não todos – caem no erro de acreditar demais no outro, deixando aberta uma porta que fatalmente dará ao outro a oportunidade e leitura de que o erro pode ser cometido novamente. Como disse, admiro as pessoas que tem a capacidade de acreditar – em demasia – na outra parte. Não os condeno, apenas respeito suas escolhas e, de certa forma, sinto compaixão por eles e é uma característica minha que tento mudar, pois para mim continuar como se nada tivesse acontecido ou não observar o passado me é impossível no momento.
Novamente repito: tudo é questão de escolhas e, consequentemente, cabe a todos o respeito pelas escolhas de cada um. Cada qual é, repito, responsável por si – escolhas, ações e palavras – e deve entender que irá arcar/responder por tudo aquilo que fizer.
Lembro que somos Divindades Menores, ou seja, somos a decrescência das Divindades que cultuamos e, ao mesmo tempo, somos manifestações da infinita diversidade Divina. Assim sendo, por mais difícil e/ou complexo que seja, devemos buscar, acima de tudo, respeitar as escolhas do outro e, consequentemente, buscar entender. O ato de respeitar em si já propicia um olhar mais consciente sobre nós mesmos e a busca do entendimento engrandece o aprendizado e crescimento espiritual, pois irá buscar enxergar o sem em sua essência e não sua casca.
Perdoar é não estar atado ao passado, é não estar arrastando cadáveres das ações, pessoas e palavras proferidas outrora. Perdoar é cortar estes vínculos que nos atam a um passado/acontecimento/palavras/pessoas que foram ou são nocivas, de uma forma ou outra, ao nosso espírito.
Perdoar não é esquecer. Perdoar é aprender com o acontecido e se proteger e vigiar para que o passado não se repita.
Que cada um de nós aprendamos, cada vez mais, a perdoar de fato. Sem máscaras, sem barreiras, com amor, plenamente em verdade e espírito, deixando a alma/espírito livre para alçar a Magia Maior e a Grande Alquimia nos tornando, realmente, os Deuses e Deusas que somos.
Nubius Pendragon – 18 de Setembro de 2014
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